20/03/20 08:45 ●
A quimioterapia e a radioterapia podem ocasionar sintomas que, quando não tratados, prejudicam a saúde da
boca e, até mesmo, o tratamento do câncer. Por conta disso, a dentista do IBCC Oncologia, Dra. Sandra Bastos Rezende, faz um alerta: o
cuidado com a higiene bucal durante o tratamento da doença deve ser rigoroso.
Sabemos que cada pessoa reage de forma diferente à quimio e à radioterapia, mas alguns efeitos colaterais são comuns. Como deixar os dentes, a gengiva e a mucosa sensíveis. Entre as queixas mais comuns estão a perda de paladar e o surgimento de mucosite (feridas), xerostomia (boca seca), candidose (infecção por fungos conhecida como sapinho) e cárie de radiação. Esses sintomas podem ser temporários ou permanentes, dependendo do local e tipo de tumor, assim como da dose das medicações utilizadas. "É possível prevenir e controlar esses problemas. E o principal instrumento para isso é a manutenção rigorosa da higiene bucal", destaca Sandra. Além disso, o paciente precisa de cuidado odontológico antes, durante e após as terapias para o câncer. "Consultas periódicas com o dentista são sempre essenciais. No caso do paciente oncológico, essa necessidade se acentua ainda mais. Essas pessoas deverão receber cuidados odontológicos especiais por toda a vida", explica a dentista do IBCC. Confira algumas regras essenciais para a manutenção da saúde bucal: - Passar fio dental, escovar cuidadosamente os dentes, a gengiva e a língua após as refeições. - Usar escovas com cerdas macias e creme dental com flúor.- Quem faz uso de dentaduras deve certificar-se de que o utensilio está bem ajustado à boca. - Beber água frequentemente, mascar chicletes sem açúcar e utilizar saliva artificial. - Evitar usar enxaguantes bucais com álcool e palitos de dente.- Não fumar e não beber.- Consultar o dentista regularmente. A higiene bucal é necessária para não agravar manifestações orais, influindo no bom andamento do tratamento. A má escovação dental, presença de biofilme e gengivite facilitam o desenvolvimento de graus severos de mucosite oral, dor intensa, candidíase oral, impossibilidade de comer alimentos sólidos, uso de sonda nasoenteral, desnutrição, internação hospitalar, que encareceram o tratamento e retardam a alta médica. É interessante lembrar que mais de 800 espécies de bactérias, vírus e fungos, em números assustadores, superiores a dez dígitos, convivem em equilíbrio homeostásico, mantendo a boca saudável. Os agentes antineoplásicos paralisam o crescimento e matam tanto células em atividade mitótica ou em crescimento. As glândulas salivares são sensíveis à ação tóxica das drogas, alteram a qualidade e quantidade de saliva xerostomia, acúmulo de placa bacteriana, aumento da acidez bucal, favorecendo a desmineralização dental e agressão da mucosa oral. Fica claro que a higiene bucal e manutenção da saúde oral são prioritárias para evitar manifestações bucais desagradáveis. |
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